A música dos versos de Victor Hugo adapta-se às profundas harmonias da natureza da natureza: escultor, ele recorta nas suas estrofes a forma inesquecível das coisas; pintor, ilumina-as com a sua cor justa. E, como se viessem diretamente da natureza, as três impressões penetram simultaneamente no cérebro do leitor. Dessa tríplice impressão resulta a moral das coisas. Nenhum outro artista é mais universal, mais capaz de se pôr em contato com as forças da vida universal, mais disposto a tomar um banho de natureza. Ele não só exprime com a obscuridade indispensável o que é obscuro e confusamente revelelado.
Alfredo Bosi.Literatura Brasileira.Cultrix: São Paulo
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